"Meu foco é sempre seguir melhorando para fazer
parte desse
time" (foto/spurs.com)
O jornalista Fábio Balassiano do blog Bala Na Cesta fez
uma entrevista bastante interessante com Tiago Splitter, que foi publicada
nesta terça-feira (29), o pivô brasileiro falou sobre a Seleção Brasileira,
Gregg Popovich, seu papel no time texano, toco do Lebron e muito mais. Veja
abaixo uma parte da entrevista:
BALA NA CESTA: Como está a expectativa do time depois de
tudo o que aconteceu no final da temporada passada? O título esteve muito,
muito próximo e acabou não vindo.
TIAGO SPLITTER: A expectativa é grande, bem grande. Sabemos
que temos que fazer exatamente o que fizemos no ano passado para conseguir o
nosso objetivo, que é o título. Vamos trabalhar duro pra chegar lá. Mudamos
muito pouco, em relação a elenco, e estamos prontos para o desafio. Mais um
título para a franquia. É só nisso que pensamos.
BNC: Imagino que essas férias não foram comuns para vocês,
atletas do San Antonio. O título esteve muito perto, né, todos sabemos. Você
chegou a rever aquele jogo 6, aquele tiro do Ray Allen? Chegaram a se falar, os
jogadores, durante as férias a respeito disso?
SPLITTER: Não, se falar especificamente sobre isso, não.
Sobre o arremesso do Ray Allen, já vi, vi umas mil vezes e não aguento mais
(risos). Está na cabeça de todo mundo, não tem motivo pra esconder. Nunca nos
esqueceremos disso, mas não ficamos comentando, não. É do esporte, é da vida.
Esse tipo de coisa machuca, dói, mas acontece. Era uma final de NBA, os
melhores jogadores do mundo, não tem muito jeito. O que posso dizer é que
estamos com fome, estamos famintos para que a temporada comece logo. A perda do
título na temporada passada nos motiva a tentar, nesta, trazer o troféu para
San Antonio. Estamos muito focados em conseguir isso nesta temporada. Todos nós
que passamos pelo que passamos temos o mesmíssimo pensamento. O que passou no
campeonato passado já passou. Não temos razão para ficarmos de cabeça baixa,
hoje, com o que vivemos meses atrás. Temos fome de vitória.
BNC: E sobre você, como você individualmente está para esse
campeonato? O que podemos esperar do agora titular absoluto da posição cinco do
Spurs?
SPLITTER: Meu foco é sempre seguir melhorando para fazer
parte desse time. A mentalidade aqui é sempre pensar coletivamente, pensar no
grupo e eu acredito muito nisso também. Temos três jogadores excepcionais aqui
(Manu Ginóbili, Tim Duncan e Tony Parker), e são eles que vão decidir mesmo.
Não tem como fugir disso. Tenho minhas funções, meu jogo de pick and roll com
Parker e Manu é uma das armas da equipe e sei muito bem do meu papel por aqui.
Todos os jogadores que não os três que são os mais veteranos da franquia são
coadjuvantes, fazem parte da rotação, possuem suas funções muito bem definidas
e determinadas por toda comissão técnica.
BNC: Muita gente diz que você poderia ser mais ativo no
ataque. Você concorda com isso?
SPLITTER: Olha, não existe limite para evoluir no basquete.
Quanto mais você treina, quanto mais você joga, mais você melhora. Isso é óbvio
e é uma regra que levo pra mim a vida toda. Mas aqui o Gregg Popovich (técnico)
pede algumas coisas e temos que cumprir. É assim que a banda toca aqui. É óbvio
que é bem diferente do que estava acostumado quando jogava na Europa, mas eu
respeito, respeito a hierarquia. Tenho muito a melhorar, muito a evoluir e sei
que até chegar ao ponto de decidir partidas preciso contribuir de outras
formas. Somos um time, e sou uma engrenagem importante. É óbvio que gostaria de
ter 25, 30 arremessos por jogo a minha disposição, mas não é assim que
funcionam as coisas aqui. Na temporada passada já recebi mais bolas de costas
pra cesta, já tive mais jogadas de um-contra-um, e aos poucos vou crescendo.
Posso melhorar muito ainda na questão de rebotes e até mesmo nas assistências,
assim como já evoluí nos lances-livres. Com os lances-livres, aliás, foi
interessante. Eles mudaram toda a minha mecânica de arremesso. No começo sofri
um pouco, mas no campeonato passado já estava bem melhor (Tiago saltou de 54%
em 2011 para 71% em 2013). Aos poucos eu vou crescendo, melhorando no meu
ataque e as oportunidades vão aparecendo. Manu, Tim e Tony têm uma história
aqui e é natural que eles sejam as estrelas da equipe. Quanto a isso estou
muito tranquilo.
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